Anemia é o nome dado à redução do número de glóbulos vermelhos no sangue (fig.anterior).
Os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as células responsáveis pelo transporte de oxigénio na circulação sanguínea.
Os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as células responsáveis pelo transporte de oxigénio na circulação sanguínea.
Para entender os sintomas da Anemia
é preciso antes compreender como funcionam os glóbulos vermelhos.
O sangue não é uma substância
puramente líquida, nele estão diluídas milhões de células, sendo os glóbulos
vermelhos as mais abundantes. O glóbulo vermelho é uma célula cuja principal
função é transportar oxigénio pelo sangue até aos tecidos.
Dentro das hemácias (glóbulos vermelhos)
existe uma proteína chamada hemoglobina, que é a estrutura responsável pela
ligação com a molécula de oxigénio.
Resumindo o processo de funcionamento, os glóbulos
vermelhos ou hemácias vão até ao pulmão, captam o oxigénio inspirado (ligando-o
a hemoglobina), e viajam pelo resto da circulação sanguínea distribuindo oxigénio
às células do corpo para poderem funcionar adequadamente.
Quando existe Anemia, ou seja, uma quantidade
reduzida de glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) no sangue, passamos a
ter sintomas devido à maior dificuldade das células receberem quantidades
adequadas de oxigénio.
Quanto mais grave for a Anemia, ou seja, quanto
menor for a concentração de glóbulos vermelhos no sangue, mais intensos serão
os sinais e sintomas.
SINAIS E SINTOMAS DA
ANEMIA
Quando a quantidade de células que transportam
oxigénio está reduzida, a capacidade do organismo de fornecer oxigénio para
todos os tecidos fica comprometida. Como o oxigénio é essencial para as células
funcionarem, a redução do mesmo provoca vários sintomas. Os sintomas mais comuns em casos mais leves são:
- Cansaço, fraqueza e indisposição;
- Dificuldade de concentração e falta de memória;
- Problemas respiratórios;
- Distúrbios mentais;
- Taquicardia (ritmo do batimento cardíaco acelerado);
- Pele pálida;
- Problemas menstruais;
- Distúrbios de apetite;
- Mal-estar, tonturas e náuseas.
Dependendo da gravidade do quadro, da sua velocidade
de instalação, dos níveis de hemoglobina e dos sinais e sintomatologia da
doença que causou a Anemia, podem ocorrer também:
- Queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças;
- Pele seca;
- Sonolência e dor de cabeça;
- Vertigens, desmaio;
- Claudicação (dores nas pernas),
inchaço nas pernas;
- Dispneia (falta de ar);
- Inflamação da boca, atrofia das papilas linguais;
- Depressão nervosa (perda de interesse e prazer em actividades).
ANEMIA FERROPRIVA (ou Ferropénica)
A Anemia causada por deficiência de ferro, é a mais comum.
O ferro é um mineral essencial
para a produção da hemoglobina, proteína que transporta o oxigénio pelo nosso
organismo. A cor do sangue é vermelha
devido a este conter átomos de ferro.
RELAÇÃO ENTRE FERRO E ANEMIA
O principal componente do glóbulo
vermelho (hemácia) é a hemoglobina, uma proteína que necessita de ferro para
ser formada. Quando ocorre uma deficiência de ferro no organismo, há falta de
matéria-prima para a formação da hemoglobina e, consequentemente, para a
formação dos glóbulos vermelhos. A incapacidade de os produzir provoca a Anemia.
Portanto, sempre que os valores de
ferro do organismo estão baixos, nós desenvolvemos uma Anemia Ferropriva ou
anemia por carência de ferro.
METABOLISMO DO FERRO
O corpo controla os níveis de ferro com precisão, mantendo-o
sempre estável. Quando estamos com os níveis estabilizados, o intestino não faz
a absorção do ferro dos alimentos, deixando-o ser excretado nas fezes.
Se os níveis de ferro baixam, o intestino delgado
volta a absorver o ferro dos alimentos, repondo assim os níveis.
O ferro absorvido no intestino é
depositado no fígado, envolvido por uma proteína chamada ferritina. Quando se
tem níveis baixos de ferritina, significa que os níveis de ferro estão baixos.
Geralmente, da quantidade total de
ferro existente no nosso corpo, metade fica dentro
dos glóbulos vermelhos e metade
guardada em forma de ferritina. Ainda há uma pequena fração ligada à
transferrina, uma proteína que transporta o ferro dos stocks em direção à
medula óssea, onde são produzidas as novas hemácias (glóbulos vermelhos).
Geralmente, adultos saudáveis não
precisam de muito ferro na dieta, pois o ferro já presente no organismo é
constantemente reciclado. Quando uma hemácia se torna velha e é destruída (mais
ou menos com 120 dias de vida), o seu ferro é captado pela transferrina e levado
de volta à medula óssea, sendo reaproveitado na formação de uma nova hemácia.
CAUSAS DE ANEMIA
FERROPRIVA
A principal causa de Anemia Ferropriva é perda de
sangue.
Ao perder sangue, perde-se juntamente o ferro que
estava dentro das hemoglobinas, obrigando o organismo a lançar mão dos seus
stocks na produção de novas hemácias.
Quando o sangramento é visível, como nos casos de
vómitos com sangue, sangue nas fezes ou traumatismos com sangramento, por
exemplo, a causa da Anemia torna-se óbvia, pois há perdas agudas de grande
volume de hemácias e consequentemente perda de ferro, a causa da Anemia é uma
perda imediata de sangue, sem que haja tempo útil para o organismo produzir
mais hemácias.
Mulheres com períodos menstruais muito fortes
também podem desenvolver Anemia Ferropriva.
Este tipo de Anemia é mais difícil de ser
identificada quando há pequenos sangramentos, mas de forma constante. Esses
quadros são comuns em úlceras de estômago, problemas no trato intestinal e hemorroidal.
Muitas vezes o paciente nem sequer nota a presença de sangue nas fezes. A
quantidade de sangue perdida é pequena para causar uma anemia imediata, mas a
longo prazo faz com que o organismo tenha que estar sempre usando os seus
stocks de ferro para compensar as hemácias perdidas no sangramento. Nestes
casos, a quantidade de ferro na dieta pode ser menor do que a necessária para
repor os valores, fazendo com que o paciente esgote as suas reservas e desenvolva
Anemia Ferropriva ao longo do tempo.
TRATAMENTO DA ANEMIA
FERROPRIVA
O tratamento da Anemia pode ser feito com
suplementos (comprimidos) de sulfato de ferro, fumarato de ferro, ou gluconato ferroso, sendo melhor absorvido tomado em jejum.
Se a Anemia for causada por gravidez ou por um
fluxo menstrual mais forte, geralmente a reposição de ferro é suficiente.
A transfusão de sangue depende da gravidade,
urgência e da causa.
ALIMENTOS RICOS EM FERRO
É recomendado o aumento do consumo de ferro na
dieta. Quanto mais ferro o paciente conseguir consumir na sua dieta, menor será
a necessidade de repor ferro com suplementos. Em geral, os alimentos mais ricos
em ferro são:
- Carne vermelha;
- Miúdos de peru ou frango;
- Fígado;
- Fígado;
- Folhas verde-escuras, como espinafre e couve;
- Brócolos;
- Coentros;
- Agrião;
- Alcachofras;
- Linhaça;
- Feijão vermelho e preto não enlatado;
- Grão de bico, ervilhas e lentilhas não enlatado;
- Frutas secas, como ameixa, passas e figo;
- Frutas secas, como ameixa, passas e figo;
- Nozes e castanhas;
- Flocos de aveia;
- Flocos de aveia;
- Canela moída;
- Grãos integrais ou enriquecidos com ferro;
- Farinha de centeio integral;
- Pão;
- Moluscos (ostras, mariscos e vieiras);
- Algas marinhas;
O uso de panelas e recipientes de ferro também
contribui para aumentar a ingestão de ferro.
O ferro disponível nos alimentos pode ser de 2
tipos:
- FERRO
HEMO: forma orgânica, presente na hemoglobina do sangue e é encontrado
principalmente nos alimentos de origem animal (fígado e língua de boi, fígado e
coração de galinha, peixes e frutos do mar);
- FERRO
NÃO-HEMO: forma inorgânica, não faz parte do complexo hemo da
hemoglobina e está presente principalmente nos alimentos de origem vegetal
(ervilha seca, feijão, lentilha, nozes e outras oleaginosas, açúcar mascavado,
chocolate, etc.), pode ser encontrado nos ovos e em pequenas quantidades,
também, nas carnes, peixes e aves.
É importante diferenciar entre os 2 tipos de alimentos:
- Os primeiros têm maior aproveitamento, na ordem
dos 30%;
- Os segundos têm um aproveitamento na ordem dos 10%.
Há importante relação da absorção do ferro com a
dieta, com fatores contribuintes para sua maior absorção, no caso:
- PH ácido do estômago;
- Vitamina C;
- Proteína da carne;
e os que a prejudicam essa absorção:
- Cereais - efeito quelante;
- Chá (o tanino presente no chá, inibe em 64% a
absorção de ferro), café, (inibe em 33% a absorção de ferro), achocolatado e
vinho para além de ter compostos fenólicos,
polifenóis e fosfatos, inibem a absorção do ferro;
-
Refrigerantes;
-
Proteína do leite e derivados, por
conterem grande quantidade de cálcio, também podem inibir a absorção do ferro;
- Proteína do ovo;
- Magnésio (inibe a absorção de ferro quando a sua
presença é 300 vezes maior do que a do ferro);
- Zinco (quando 5 vezes maior do que a do ferro).
A absorção do ferro, especialmente de origem
animal, é aumentada com a ingestão conjunta de alimentos levemente ácidos (ou
proteínas) e também por alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C).
Estudos indicam que a absorção de ferro aumenta de 3,7 para 10,4% quando se
adiciona a ingestão de 40 a 50 mg de vitamina C, por mantê-lo solúvel.
Alguns açúcares como a frutose também colaboram para a absorção de ferro.
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