quarta-feira, 21 de outubro de 2015

TECIDO ÓSSEO

Fig.1 Tecido Ósseo

De uma maneira sintética e o menos técnica possível, vamos conhecer mais um pouco do nosso corpo e o que esse organismo está a fazer neste momento em que estás a ler este apontamento.

UMA NOTA GERAL

O TECIDO ÓSSEO (fig.1) faz parte do conjunto dos Tecidos Conjuntivos.
Os vários tecidos conjuntivos têm de comum o facto de serem constituídos por uma substância fundamental, na qual se encontram dispersas as células e as fibras, por isso, também se denomina Intercelular ou Intersticial.
A principal função do Tecido Conjuntivo é unir e conectar outros tecidos do organismo, daí também a designação de tecidos conectivos. Têm, contudo, outras funções, no caso de hoje, o Tecido Ósseo, tem a função mecânica.

O Tecido Ósseo é um dos mais resistentes e rígidos do teu corpo. É formado por células e um material Intercelular calcificado, a Matriz Óssea (fig.2).

Fig.2 Matriz óssea

Em condições normais, os processos de formação e reabsorção óssea estão bem equilibrados e regulados pela produção hormonal de Calcitonina e de Paratormona.
O Osso não é uma substância sólida e homogénea. Os ossos são, efectivamente, porosos. Esses poros contêm células e vasos sanguíneos que fornecem os nutrientes às células.
Consoante o grau de porosidade classifica-se o Tecido Ósseo em:

          - Tecido esponjoso;
          - Tecido compacto.

A IMPORTÂNCIA DO TEU TECIDO ÓSSEO

Fig.3 Medula óssea

A Medula Óssea (fig.3) (também conhecida como Tutano), é um tecido gelatinoso que preenche a cavidade interna dos ossos, nela existem células-mãe indiferenciadas denominadas OSTEOBLASTOS (fig.4).
São células que ainda não têm definidas as suas formas nem as suas funções.
Conforme as necessidades do organismo em determinado momento, estas células, Osteoblastos, serão sujeitas a um processo de diferenciação, controlado pelo sistema nervoso, seguindo UMA DE DUAS OPÇÕES DISTINTAS:

CONFORME AS NECESSIDADES DO ORGANISMO EM DETERMINADO MOMENTO

Fig.4 Célula Osteoblasto e Osteoclasto

OPÇÃO 1

SE NESTE MOMENTO O TEU ORGANISMO NECESSITAR DE
CÉLULAS SANGUÍNEAS

As células-mãe OSTEOBLASTOS irão transformar-se em LEUCÓCITOS (Glóbulos Brancos), em ERITRÓCITOS (Glóbulos Vermelhos, Hemácias) ou em PLAQUETAS SANGUÍNEAS (Trombócitos).

Fig.5 Leucócito (tom esbranquiçado)


Os Leucócitos ou glóbulos brancos (fig.5) circulam no sangue e no Sistema Linfático e são responsáveis pela protecção do organismo, fazem parte do sistema imunitário.
A defesa é feita pelo aumento da produção de Leucócitos para combaterem os agentes causadores da doença ou pela produção de anticorpos (moléculas produzidas pelo organismo para destruir um determinado agente infeccioso - o antigénio) mais específicos para esses antigénios (1).
Os Leucócitos têm a capacidade de sair da corrente sanguínea para os tecidos – diapedese, e de se moverem nas células com movimentos amibóides, quando há necessidade de combaterem um agente agressor.
Um adulto possui em média 3.800.000 a 9.800.000 Leucócitos por milímetro cúbico de sangue.

Fig.6 Eritrócitos

Eritrócitos (Hemácias ou Glóbulos vermelhos) (fig.6), vivem aproximadamente 120 dias.

Fig.7 Plaquetas sanguíneas

A principal função das Plaquetas sanguíneas (Trombócitos) é a formação de coágulos, participando portanto do processo de coagulação sanguínea.
As plaquetas sanguíneas, actuam apenas dentro dos vasos sanguíneos.
Uma pessoa normal tem entre 150.000 e 400.000 plaquetas por milímetro cúbico de sangue.

OPÇÃO 2

SE NESTE MOMENTO O TEU ORGANISMO NECESSITAR DE
CÉLULAS ÓSSEAS

Os OSTEOBLASTOS irão transformar-se em OSTEOCLASTOS (fig.4) que são as primeiras células do Tecido Ósseo, gelatinosas ainda não maduras.
São células gigantes, responsáveis pela reabsorção da Matriz Óssea produzida pelos Osteoblastos e que participam no processo de remodelação dos ossos. Assim, sofrerão posteriormente um processo de calcificação (para isso é necessário existir bio-disponibilidade de Cálcio, Fósforo e Vitaminas A e D), transformando-se nas células maduras do Tecido Ósseo que são os OSTEÓCITOS (fig.8).
Os OSTEÓCITOS são compostos por Cálcio, Fósforo, Magnésio e Açucares.

Fig.8 Osteócitos

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NOTAS: (1) Antigénio é toda a substância que ao entrar no organismo é capaz de iniciar uma resposta imune, activando os seus Linfócitos que por sua vez se multiplicam e mandam sinais (citocinas) que activam outras respostas imunes adequadas ao invasor.
Pode ser a molécula de uma bactéria, vírus, fungos, toxinas ou mesmo componentes inofensivos como alimentos, pólen ou células de outro organismo que sejam identificados como uma ameaça a ser destruída.

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segunda-feira, 19 de outubro de 2015


COLUNA VERTEBRAL


Dia 16 de Outubro foi Dia Mundial da Coluna.
Conhece um pouco dessa tua estrutura óssea.

É um “eixo cilíndrico” segmentado em estruturas denominadas Vértebras e apresenta flexibilidade.
Forma o eixo central do corpo, contendo a Espinal Medula e articulando-se com o osso Occipital do Crânio, com as Costelas e com os ossos Ilíacos da pélvis (fig.1).
A Coluna Vertebral, ou Espinha Dorsal, é constituída por:

- 24 vértebras individualizadas;
- Sacro composto por 5 vértebras aglutinadas;
- Cóccix composto por 3 a 5 vértebras soldadas.

A coluna vertebral divide-se em 5 regiões:

- Cervical, composta por 7 vértebras;
- Dorsal ou Torácica, composta por 12 vértebras;
- Lombar, composta por 5 vértebras;
- Sacral ou Sacro, composta por 5 vértebras;

- Coccígea ou Cóccix, composta por, 3 a 5 vértebras.

Fig.1

É a estrutura que sustenta a nossa posição bípede, e por isso, talvez a mais sacrificada na escalada do desenvolvimento humano. As patologias associadas à coluna são frequentes, mais comuns e mais precoces, ocorrem em função da longevidade, sedentarismo, desrespeito às questões ergonómicas nos locais de trabalho, má postura e isso ocasiona um maior desgaste e stress dessa estrutura.

VÉRTEBRAS
As vértebras podem ser identificadas por características especiais, contudo apresentam uma estrutura típica.

ANATOMIA DE UMA VÉRTEBRA TÍPICA
- CORPO: Massa plana de contornos arredondados. Constitui a porção principal da vértebra que suporta o peso.

- ORIFÍCIO VERTEBRAL: Orifício no centro da vértebra que, quando as vértebras se sobrepõem umas às outras, formam o Canal Raquídeo que aloja e protege a Espinal Medula.

- APÓFISE ESPINHOSA: Serve, junto com as apófises transversas, para a inserção de músculos e funcionam como alavancas para que a coluna possa flectir.

- APÓFISES TRANSVERSAS: Serve, junto com a Apófise Espinhosa, para a inserção de músculos e funcionam como alavancas para que a coluna possa flectir.

- APÓFISES ARTICULARES SUPERIOR e INFERIOR: Projecções que permitem a articulação com as vértebras subjacentes. Servem essencialmente para restringir o movimento e para evitar o deslocamento de uma vértebra sobre a seguinte.

Fig.2 vértebra cervical Atlas (C1)

Fig.3 vértebra cervical Áxis (C2)

Fig.4 vértebra cervical Proeminente (C7)

 fig.5 região cervical

VÉRTEBRAS CERVICAIS
As vértebras da região Cervical são identificadas de C1 a C7.
A 1ª. vértebra (C1) chama-se Atlas (fig.2) e articula com o crânio possibilitando flexão e a extensão da cabeça sobre a zona cervical, bem como suportando o seu peso.
Áxis (fig.3) é o nome da 2ª. vértebra cervical (C2), cujo dente, "Dente de Áxis" articula com a Atlas e permite a rotação da cabeça.
Vértebra Proeminente (C7) (fig.4), articula com a 1ª. vértebra torácica e por isso possui todas as características das cervicais e uma característica das torácicas. O Processo Espinhoso é proeminente, comprido e inclinado para baixo daí o seu nome.

Fig.6 vértebra dorsal ou torácica

As vértebras da região Dorsal ou Torácica (fig.6) são identificadas de D1 a D12 ou T1 a T12.
O corpo destas vértebras é maior e mais forte do que o das cervicais.
Uma das funções é de servir de inserção e articulação com as costelas para formar o suporte posterior da caixa torácica.

Fig.7 vértebra lombar

As vértebras da região Lombar (fig.7) são identificadas de L1 a L5.
É a região que suporta todo o peso do tronco, dos membros superiores, do pescoço e da cabeça quando estamos na posição sentada ou em pé.
É nestas vértebras que se encontra a fixação dos poderosos músculos do dorso, são as maiores vértebras da coluna vertebral.

Fig.8
sacro (5 vértebras aglutinadas)
Cóccix (3 a 5 vértebras soldadas)

O Sacro (fig.8) é formado por 5 segmentos vertebrais que se aglutinaram num osso cuneiforme.
As vértebras desta região são identificadas de S1 a S5.
Serve como suporte forte e participa na formação da Cintura Pélvica. Situa-se na cavidade posterior da cavidade pélvica, entre os ossos coxais.
Relativamente ao Cóccix (fig.8), é um osso triangular que resulta da fusão das vértebras coccígeas articulando-se com o Sacro. É a parte mais rudimentar da coluna vertebral.

ESPINAL MEDULA

Fig.9 Espinal Medula (dir.); Disco intervertebral (esq.)

Como as vértebras se sobrepõem umas às outras, a junção delas forma um túnel ósseo desde o crânio até osso sacro, o Canal Raquídeo.
Este canal segue as diferentes curvaturas da coluna. Ele é largo e triangular nas partes em que a coluna possui mais liberdade de movimento, como nas regiões lombar e cervical; e é pequeno e arredondado na região torácica, onde os movimentos são mais limitados. Neste canal passa a Espinal Medula (fig.9 dir.).
Existem pequenas aberturas laterais na zona das vértebras ao longo da coluna, estas são os forames intervertebrais. Eles são importantes para permitir que os nervos do sistema nervoso periférico (SNP) se comuniquem com a espinal medula que faz parte do sistema nervoso central (SNC).

DISCOS INTERVERTEBRAIS
Excepto no caso das duas primeiras vértebras cervicais, Atlas e Áxis, todas as vértebras individuais estão separadas por uma almofada de uma substância fibro-gelatinosa (fig.9 esq.) em forma de anel, que facultam o movimento das vértebras e funcionam como amortecedores de choques, que se denominam Discos Intervertebrais.

CURVATURAS DA COLUNA VERTEBRAL

Fig.10 curvaturas da coluna vertebral

A coluna vertebral apresenta 4 curvaturas que dão a forma básica do corpo humano (fig.10), a saber:

- Lordose cervical, ao nível do pescoço;
- Cifose dorsal ou torácica, ao nível das costelas;
- Lordose lombar localizada ao nível do abdómen;
- Cifose sacrococcígea, ao nível da bacia.

As cifoses são curvaturas primárias e são desenvolvidas durante o período embrionário, as lordoses são chamadas de curvaturas secundárias pois são desenvolvidas conforme se assume a postura erecta.
A curvatura Lombar (lordose) é mais proeminente na mulher e, associa-se ao facto da bacia feminina estar mais inclinada para diante, resulta na projecção para trás das nádegas da mulher.
O aumento das curvaturas representa quadros patológicos, sendo:
- Hiperlordose cervical ou lombar;
- Hipercifose torácica.
Pode apresentar outro tipo de curvaturas, neste caso, laterais designadas por Escoliose.

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domingo, 18 de outubro de 2015

ANEMIA



Anemia é o nome dado à redução do número de glóbulos vermelhos no sangue (fig.anterior).
Os glóbulos vermelhos, também chamados de hemácias ou eritrócitos, são as células responsáveis pelo transporte de oxigénio na circulação sanguínea.
Para entender os sintomas da Anemia é preciso antes compreender como funcionam os glóbulos vermelhos.
O sangue não é uma substância puramente líquida, nele estão diluídas milhões de células, sendo os glóbulos vermelhos as mais abundantes. O glóbulo vermelho é uma célula cuja principal função é transportar oxigénio pelo sangue até aos tecidos.
Dentro das hemácias (glóbulos vermelhos) existe uma proteína chamada hemoglobina, que é a estrutura responsável pela ligação com a molécula de oxigénio.
Resumindo o processo de funcionamento, os glóbulos vermelhos ou hemácias vão até ao pulmão, captam o oxigénio inspirado (ligando-o a hemoglobina), e viajam pelo resto da circulação sanguínea distribuindo oxigénio às células do corpo para poderem funcionar adequadamente.
Quando existe Anemia, ou seja, uma quantidade reduzida de glóbulos vermelhos (hemácias ou eritrócitos) no sangue, passamos a ter sintomas devido à maior dificuldade das células receberem quantidades adequadas de oxigénio.
Quanto mais grave for a Anemia, ou seja, quanto menor for a concentração de glóbulos vermelhos no sangue, mais intensos serão os sinais e sintomas.

SINAIS E SINTOMAS DA ANEMIA
Quando a quantidade de células que transportam oxigénio está reduzida, a capacidade do organismo de fornecer oxigénio para todos os tecidos fica comprometida. Como o oxigénio é essencial para as células funcionarem, a redução do mesmo provoca vários sintomas. Os sintomas mais comuns em casos mais leves são:

- Cansaço, fraqueza e indisposição;
- Dificuldade de concentração e falta de memória;
- Problemas respiratórios;
- Distúrbios mentais;
- Taquicardia (ritmo do batimento cardíaco acelerado);
- Pele pálida;
- Problemas menstruais;
- Distúrbios de apetite;
- Mal-estar, tonturas e náuseas.

Dependendo da gravidade do quadro, da sua velocidade de instalação, dos níveis de hemoglobina e dos sinais e sintomatologia da doença que causou a Anemia, podem ocorrer também:

- Queda de cabelo, unhas fracas e quebradiças;
- Pele seca;
- Sonolência e dor de cabeça;
- Vertigens, desmaio;
- Claudicação (dores nas pernas), inchaço nas pernas;
- Dispneia (falta de ar);
- Inflamação da boca, atrofia das papilas linguais;
- Depressão nervosa (perda de interesse e prazer em actividades).

ANEMIA FERROPRIVA (ou Ferropénica)
A Anemia causada por deficiência de ferro, é a mais comum.
O ferro é um mineral essencial para a produção da hemoglobina, proteína que transporta o oxigénio pelo nosso organismo. A cor do sangue é vermelha devido a este conter átomos de ferro.

RELAÇÃO ENTRE FERRO E ANEMIA
O principal componente do glóbulo vermelho (hemácia) é a hemoglobina, uma proteína que necessita de ferro para ser formada. Quando ocorre uma deficiência de ferro no organismo, há falta de matéria-prima para a formação da hemoglobina e, consequentemente, para a formação dos glóbulos vermelhos. A incapacidade de os produzir provoca a Anemia.
Portanto, sempre que os valores de ferro do organismo estão baixos, nós desenvolvemos uma Anemia Ferropriva ou anemia por carência de ferro.

METABOLISMO DO FERRO
O corpo controla os níveis de ferro com precisão, mantendo-o sempre estável. Quando estamos com os níveis estabilizados, o intestino não faz a absorção do ferro dos alimentos, deixando-o ser excretado nas fezes.
Se os níveis de ferro baixam, o intestino delgado volta a absorver o ferro dos alimentos, repondo assim os níveis.
O ferro absorvido no intestino é depositado no fígado, envolvido por uma proteína chamada ferritina. Quando se tem níveis baixos de ferritina, significa que os níveis de ferro estão baixos.
Geralmente, da quantidade total de ferro existente no nosso corpo, metade fica dentro
dos glóbulos vermelhos e metade guardada em forma de ferritina. Ainda há uma pequena fração ligada à transferrina, uma proteína que transporta o ferro dos stocks em direção à medula óssea, onde são produzidas as novas hemácias (glóbulos vermelhos).
Geralmente, adultos saudáveis não precisam de muito ferro na dieta, pois o ferro já presente no organismo é constantemente reciclado. Quando uma hemácia se torna velha e é destruída (mais ou menos com 120 dias de vida), o seu ferro é captado pela transferrina e levado de volta à medula óssea, sendo reaproveitado na formação de uma nova hemácia.

CAUSAS DE ANEMIA FERROPRIVA
A principal causa de Anemia Ferropriva é perda de sangue.
Ao perder sangue, perde-se juntamente o ferro que estava dentro das hemoglobinas, obrigando o organismo a lançar mão dos seus stocks na produção de novas hemácias.
Quando o sangramento é visível, como nos casos de vómitos com sangue, sangue nas fezes ou traumatismos com sangramento, por exemplo, a causa da Anemia torna-se óbvia, pois há perdas agudas de grande volume de hemácias e consequentemente perda de ferro, a causa da Anemia é uma perda imediata de sangue, sem que haja tempo útil para o organismo produzir mais hemácias.
Mulheres com períodos menstruais muito fortes também podem desenvolver Anemia Ferropriva.
Este tipo de Anemia é mais difícil de ser identificada quando há pequenos sangramentos, mas de forma constante. Esses quadros são comuns em úlceras de estômago, problemas no trato intestinal e hemorroidal. Muitas vezes o paciente nem sequer nota a presença de sangue nas fezes. A quantidade de sangue perdida é pequena para causar uma anemia imediata, mas a longo prazo faz com que o organismo tenha que estar sempre usando os seus stocks de ferro para compensar as hemácias perdidas no sangramento. Nestes casos, a quantidade de ferro na dieta pode ser menor do que a necessária para repor os valores, fazendo com que o paciente esgote as suas reservas e desenvolva Anemia Ferropriva ao longo do tempo.

TRATAMENTO DA ANEMIA FERROPRIVA
O tratamento da Anemia pode ser feito com suplementos (comprimidos) de sulfato de ferro, fumarato de ferro, ou gluconato ferroso, sendo melhor absorvido tomado em jejum.
Se a Anemia for causada por gravidez ou por um fluxo menstrual mais forte, geralmente a reposição de ferro é suficiente.
A transfusão de sangue depende da gravidade, urgência e da causa.

ALIMENTOS RICOS EM FERRO
É recomendado o aumento do consumo de ferro na dieta. Quanto mais ferro o paciente conseguir consumir na sua dieta, menor será a necessidade de repor ferro com suplementos. Em geral, os alimentos mais ricos em ferro são:

- Carne vermelha;
- Miúdos de peru ou frango;
- Fígado;
- Folhas verde-escuras, como espinafre e couve;
- Brócolos;
- Coentros;
- Agrião;
- Alcachofras;
- Linhaça;
- Feijão vermelho e preto não enlatado;
- Grão de bico, ervilhas e lentilhas não enlatado;
- Frutas secas, como ameixa, passas e figo;
- Nozes e castanhas;
- Flocos de aveia;
- Canela moída;
- Grãos integrais ou enriquecidos com ferro;
- Farinha de centeio integral;
- Pão;
- Moluscos (ostras, mariscos e vieiras);
- Algas marinhas;

O uso de panelas e recipientes de ferro também contribui para aumentar a ingestão de ferro.
O ferro disponível nos alimentos pode ser de 2 tipos:

- FERRO HEMO: forma orgânica, presente na hemoglobina do sangue e é encontrado principalmente nos alimentos de origem animal (fígado e língua de boi, fígado e coração de galinha, peixes e frutos do mar);
- FERRO NÃO-HEMO: forma inorgânica, não faz parte do complexo hemo da hemoglobina e está presente principalmente nos alimentos de origem vegetal (ervilha seca, feijão, lentilha, nozes e outras oleaginosas, açúcar mascavado, chocolate, etc.), pode ser encontrado nos ovos e em pequenas quantidades, também, nas carnes, peixes e aves.

É importante diferenciar entre os 2 tipos de alimentos:
- Os primeiros têm maior aproveitamento, na ordem dos 30%;
- Os segundos têm um aproveitamento na ordem dos 10%.

Há importante relação da absorção do ferro com a dieta, com fatores contribuintes para sua maior absorção, no caso:

- PH ácido do estômago;
- Vitamina C;
- Proteína da carne;

e os que a prejudicam essa absorção:

- Cereais - efeito quelante;
- Chá (o tanino presente no chá, inibe em 64% a absorção de ferro), café, (inibe em 33% a absorção de ferro), achocolatado e vinho para além de ter compostos fenólicos,
polifenóis e fosfatos, inibem a absorção do ferro;
- Refrigerantes;
- Proteína do leite e derivados, por conterem grande quantidade de cálcio, também podem inibir a absorção do ferro;
- Proteína do ovo;
- Magnésio (inibe a absorção de ferro quando a sua presença é 300 vezes maior do que a do ferro);
- Zinco (quando 5 vezes maior do que a do ferro).

A absorção do ferro, especialmente de origem animal, é aumentada com a ingestão conjunta de alimentos levemente ácidos (ou proteínas) e também por alimentos ricos em ácido ascórbico (vitamina C). Estudos indicam que a absorção de ferro aumenta de 3,7 para 10,4% quando se adiciona a ingestão de 40 a 50 mg de vitamina C, por mantê-lo solúvel. Alguns açúcares como a frutose também colaboram para a absorção de ferro.
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